Durante o decorrer da manhã fomos até o mercado do peixe,
aqui em Santos mesmo, e compramos todos os ingredientes para fazer uma bela
paella. Antes disso tomamos um ótimo café da manhã, tudo bem diferente do meu
cotidiano, aliás, tomar um bom café da manhã é complicado, quando se tem uma
rotina agitada. Voltamos das compras e logo depois, recebo uma surpresa, minha
avó paterna e meus tios haviam vindo para minha cidade, sem eu saber, para
comemoramos meu aniversário. Minha casa havia se tornado um lugar repleto de
pessoas que amo.
O almoço ficou sob-responsabilidade do meu pai, pois além de
ser o dono da casa e ter organizado a festa, era o único que sabia fazer a
paella. Para fazer esse prato não são necessários utensílios diferentes do
dia-a-dia, apenas a paellera, que é a panela utilizada, ela é uma espécie de
frigideira grande e rasa, feita de ferro ou aço, seu formato favorece o
cozimento do arroz por igual, por isso o uso desse tipo de panela e não uma
normal. Enquanto o “chef” preparava nosso almoço, eu e minha família tomávamos
chimarrão, que é a bebida típica do meu estado, além de colocarmos a conversa
em dia.
Almoçamos um pouco mais tarde do que o habitual, pois meu pai também queria
participar da conversa, além de tomar uma cervejinha com o meu tio, afinal isso
nunca falta em uma reuniãozinha aqui em casa.
Depois da refeição principal, fomos buscar o bolo que meu pai havia encomendado, o mesmo não foi preparado por ele, pois seu talento é para
comidas salgadas, e caso ele tentasse fazê-lo, eu ficaria sem bolo e,
consequentemente, sem parabéns. Os brigadeiros
ficaram por conta da minha avó, não há nada parecido com os seus negrinhos
(modo como eu os chamo normalmente, na verdade ele é chamado assim por todos no
Rio Grande do Sul), minha avó tem seus segredos na hora de prepará-los, e eu só
como esse docinho quando é feito por ela.
Acho que esse foi um dos dias que mais comi, no total
fizemos quatro refeições, contando com o bolo e com a janta, que foi feito pela
minha avó. O dia 11 de agosto desse ano, foi um dia totalmente fora do habitual, primeiro porque
eu nunca tive uma festa surpresa e depois porque recebi pessoas que eu nunca
imaginaria que viessem pra Santos só por causa do meu aniversario. Com certeza
esse dia ficará guardado para sempre em minha memória e em meu coração.
Se
eu tivesse que analisar essa família de fora, como se eu não fizesse parte
dela, os veria como pessoas muito unidas e felizes, que mesmo longe, de alguma
maneira, estão ligados, estão perto. Os
veria como pessoas extrovertidas e que juntos se divertem, além de fazerem tudo
para sempre estar o mais próximo possível.
Claro que isso seria se eu não fizesse parte dessa família, se eu não soubesse
realmente tudo que acontece, pois essa, como todas as outras possuem seus
defeitos e problemas, mas que não são maiores do que o amor que sentimentos uns
pelos outros.