Essa tarefa pedia para que lêssemos dois textos,
um era "Conceituação
de alimentação saudável sob a perspectiva biopsicossocial" e o outro falava da alimentação na
Grécia Antiga. Depois de ter lido os dois, precisávamos responder a três questões, são elas:
1) Sintetize as diferenças na
conceituação de alimentação saudável entre as abordagens pré e pós-deglutição.
Pré-deglutição X Pós-deglutição
Primeiramente deglutição, nada mais é do que engolir o
alimento, ou seja, levá-lo da boca até o estomago. Porém esse ato de apenas
engolir o que esta se comendo, pode ser muito mais complexo do que parece.
O conceito de pré-deglutição saudável diz que a alimentação saudável é aquela que
envolve a compreensão adequada do papel do alimento na vida sob os pontos de
vista biológico, emocional e sociocultural (ALVARENGA, SCAGLIUSI e PHILIPPI,
2010). Ou seja, no meu entender a pré-deglutição envolve muito mais do
que apenas ver a comida como um simples alimento que irá lhe nutrir. Ela
envolve toda a cultura que existe por trás de uma sociedade, o que levou a
pessoa a escolher o que ela está comendo, como a pessoa preparou a sua comida,
como ela será comida e em que ambiente ela será comida. Resumindo, envolve
todos os fatores que compõe uma pessoa, fatores emocionais, sociais, psicológicos,
econômicos, entre outros. A pré-deglutição é um ato muito complexo, que acredito
que muitas vezes não são notadas pelas pessoas, elas apenas comem para se
manterem vivas, nutridas. Isso, por sinal, se enquadra na definição de
pós-deglutição.
Segundo ALVARENGA, SCAGLIUSI e
PHILIPPI (2010), a alimentação saudável, na visão da pós-deglutição, o alimento
é visto apenas como uma embalagem para os nutrientes, essa abordagem
pós-deglutição, simplesmente analisa os alimentos quanto a sua composição
química de nutrientes, além do papel que cada um deles desempenhará em nosso
organismo.
A pós-deglutição, seria mais especificamente, um modo de ver “médico”. Ela tem
uma visão muito voltada para a parte nutricional da comida, na verdade do
alimento, pois acredito que a pós-deglutição veja a comida apenas como um
alimento, e não como um todo. Ela compreende o alimento como um conjunto de
nutrientes que irá satisfazer as necessidades da pessoa, do corpo na verdade. Aqui
a alimentação é vista apenas como um meio para fins muito mais importantes, do
que aqueles citados na pré-deglutição, como a nutrição e o bom funcionamento do
organismo (Germov e Williams, 1996).
De um modo mais claro, e bem resumido, a pós-deglutição dá importância ao que
se come, e a pré-deglutição ao modo como se come.
2) O texto narra como surgiu a profissão de
nutricionista nos Estados Unidos. Compare a concepção de profissional de saúde
e alimentação que ele descreve e àquela descrita nos textos da Grécia Antiga.
Também compare com a formação do nutricionista no Brasil, usando o que você
aprendeu no módulo “O nutricionista e seus diferentes cenários”.
Na Grécia, a dietética era vista como um dos
ramos fundamentais da medicina. Muito foi escrito, naquela época, sobre a
relação que a alimentação tinha com a saúde. Porém naquela época, e acredito
que isso não tenha mudado muito, a dietética era designada a pessoas com
dinheiro e tempo para cuidar da saúde, e aquelas que não podiam resolver suas “doenças”
com a dietética, buscavam a cura em remédios ou cirurgias. Acreditava-se que a saúde e a doença representavam um equilíbrio e um desequilíbrio,
respectivamente, dos elementos que compõe o corpo humano. Para poder falar
corretamente da dieta era preciso conhecer e reconhecer a natureza humana, para
que assim pudesse fazer uma associação entre a necessidade da pessoa e o que
lhe seria receitado. Era preciso também
reconhecer as especificidades dos alimentos para que assim os excessos fossem
evitados e as carências supridas.
Pode ser visto também um olhar bem reducionista e biológico, o qual encontramos
até hoje, em um trecho que diz: “Os alimentos e bebidas agem por intermédio do
mecanismo digestivo, o médico precisa descobrir suas características digestivas
e nutritivas”, ou seja, o médico, que era quem prescrevia a dieta, tinha um
olhar apenas biológico, ou uma visão pós-deglutição, sem analisar o “contexto” do
seu paciente. A alimentação servia apenas para curar ou promover a saúde. Naquela época já existia um apelo à moderação, principalmente sobre aqueles que
possuíam dinheiro. Dizia-se que o excesso era prejudicial, assim como a abstinência
excessiva, por isso era necessário haver um equilíbrio entre os dois.
Já nos Estados Unidos, segundo Levenstein (1998), foi onde nasceu à concepção do
nutricionista. Para ele o ato de comer era considerado um pecado moral e o
comer era usado apenas para satisfazer as necessidades biológicas. Aqui podemos
ver uma semelhança com a Grécia, uma vez que nos dois casos a alimentação tinha
objetivos distintos dos que a visão pré-deglutição aborda. Nos Estados Unidos a
alimentação era usada para suprimir as necessidades do organismo, e na Grécia,
era usada para curar e promover a saúde. Nos dois casos é possível perceber que
a abordagem da pré-deglutição era totalmente esquecida, e que eles só visavam a
pós-deglutição.
Nos Estados Unidos, estudiosos de nutrição, reformadores sociais e economistas domésticos,
fizeram novas ideias cientificas, visando melhorar a saúde, mas também a
moralidade do país. Com isso classes mais populares foram orientadas a trocar
carne por proteínas vegetais, sendo essas mais baratas e, com isso, eles
poderiam gastar esse dinheiro (que sobraria) com outras necessidades, que eram
supostamente mais importantes que a alimentação.
Outra semelhança, que achei, nos dois textos é que na Grécia existia um apelo
muito grande no que dizia respeito à moderação. Nos Estados Unidos isso também
foi imposto, pregava-se que as pessoas deveriam ingerir apenas o necessário
para “matar” a fome. Os estudiosos de nutrição, reformadores sociais e
economistas domésticos, apoiaram essa ideia, e criaram uma nova disciplina, a
de nutricionistas profissionais.
Bom, no meu ver a formação do nutricionista no Brasil se baseou muito
nesse conceito criado nos Estados Unidos, um conceito biologista. Sabemos que muitos
profissionais da área, se esquecem de olhar o lado social, histórico, os
costumes de seus pacientes e o ambiente em que vivem, e focam apenas o lado biológico.
Claro que não podemos generalizar, com
certeza existe muitos profissionais que fazem um equilíbrio entre as duas áreas,
sendo assim, no meu critério, o modo certo de trabalhar.
3) Considerando os apontamentos do texto e deste
módulo como um todo, construa com as suas próprias palavras uma definição de
alimentação saudável, considerando os aspectos biológicos, históricos, sociais
e culturais.
Para mim, alimentação saudável, era isso:
um prato cheio de verduras e legumes, um prato super nutritivo e colorido. Se eu falasse que para mim alimentação saudável não era isso, eu estaria mentindo. Porém, depois desse semestre, pude aprender com as aulas de cenário, que não existe um padrão para a alimentação saudável, não existe um certo ou um errado. Tudo depende dos costumes das pessoas, do lugar onde ela vive, das necessidades dela. Para se compor uma alimentação saudável, deve-se analisar todo o contexto histórico-social em que o individuo vive, seus gostos e costumes, e é claro juntar a tudo isso a parte biológica. Em síntese alimentação saudável é o que faz bem para a pessoa e ao mesmo tempo a deixa feliz, satisfeita, incorporando tanto os aspectos sociais, históricos e culturais, quanto os aspectos biológicos, estabelecendo um equilíbrio entre eles.